Um dos fenômenos naturais mais bonitos que existem aqui na Terra é, sem dúvida, o da aurora boreal. Vista somente em determinadas localidades do mundo, e aparecendo sob certas circunstâncias, a aurora é um espetáculo e tanto da natureza.
Mas, como ela se forma? O que é de fato uma aurora boreal? E que curiosidades estão por trás desse fenômeno tão intrigante?
É o que veremos agora.
O que é e como é formada uma aurora boreal?
Para entender do que se trata uma aurora boreal, você primeiro precisa compreender como funciona a irradiação de elementos provenientes do Sol. Além de emitir luz, ele também solta com frequência os chamados ventos solares.
Esses ventos possuem partículas subatômicas, denominadas de plasma, que estão carregadas de energia. São elas que provocam o fenômeno da luz assim que entram em contato com os campos magnéticos de nossos pólos.
E de todas as camadas atmosféricas, a que mais sofre com a ação dessas partículas é a ionosfera. Quando atingem essa parte da nossa atmosfera, as partículas, então, emitem luz nas cores verde e vermelho.
A coloração verde é formada pela emissão de átomos de oxigênio, enquanto que a vermelha é feita por meio de átomos de nitrogênio. Na prática, os átomos de nitrogênio estão em maior quantidade do que a dos de nitrogênio.
E é daí que surge aquele festival de cores que é a aurora boreal.
Vista a olho nu, entre os finais da tarde e da noite, a aurora boreal aparece nos primeiros meses do ano, especialmente nos meses de janeiro, fevereiro e março.
Importante destacar que nesse período do ano, boa parte da neve nos locais onde esse fenômeno surge já caiu, com o céu estando limpo no hemisfério norte. Porém, ela também ocorre na época do outono, principalmente nos meses de setembro e outubro.
Ah, e a aurora boreal não é vista em todo o mundo. Somente em alguns países ela pode ser observada. São eles portanto: Noruega, Suécia, Dinamarca, Alasca, Finlândia, Escócia, Rússia, Islândia, Groenlândia e Canadá.
Você sabia que existe a aurora austral?
Existe outro fenômeno envolvendo luzes e partículas vindas do Sol, parecido com a aurora boreal, que é a aurora austral. Porém, ao contrário da primeira, esta acontece no hemisfério sul do nosso planeta.
Inclusive, tem esse nome porque ele foi dado pelo navegador inglês James Cook, que viveu no século 18, e presenciou bastante esse fenômeno.
Um dos lugares do mundo onde melhor podemos observar uma aurora austral é na cidade de Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo na Argentina. Basicamente esta é a “cidade mais austral do planeta”, também apelidada de “fim do mundo”.
Além dessa localidade, a aurora austral também pode ser observada com nitidez na Austrália, Nova Zelândia e na Antártica.
Fora isso, esse fenômeno obedece aos princípios de uma aurora boreal, ou seja, surge quando a parte superior da atmosfera recebe partículas carregadas de energia devido a eventos solares.
Agora, vamos mostrar nos próximos tópicos algumas curiosidades sobre a aurora boreal.
A primeira vez que recebeu esse nome
Foi em 1619 que a aurora boreal recebeu o nome pelo qual a conhecemos hoje. E o autor disso foi o astrônomo italiano Galileu Galilei.
Ele juntou os termos “aurora” e “borealis” para descrever o fenômeno da luz solar refletindo na atmosfera. Depois, passou a se chamar somente aurora boreal mesmo, devido ao local onde era mais fácil presenciar o fenômeno.
Contudo, antes mesmo de Galilei, a aurora boreal foi reconhecida 2.600 a.C. pela mãe do Império Amarelo, Shuan-Yuan na China. Lá, ela descreveu um fenômeno no qual viu luzes refletindo a área da constelação de Bei-Dou.
Já o nome em si (aurora boreal) é um nome derivado de palavras romanas e gregas. “Aurora”, por exemplo, faz referência à deusa romana do amanhecer, enquanto que “Borealis” significa “norte” em grego.
Além de ser fria, a aurora boreal acontece em outros planetas
Por se formar numa camada bastante alta da superfície terrestre, a aurora boreal é fria em sua temperatura. Na ionosfera, a densidade do ar permite que as temperaturas dentro desse fenômeno cheguem a alguns graus abaixo de zero.
Também é interessante notar que esse reflexo da luz solar não acontece somente aqui na Terra, mas, em outros planetas.
Pra se ter uma ideia, sondas da NASA fotografaram esse fenômeno na atmosfera de planetas como Júpiter, Saturno e Urano. O que se sabe hoje é que, pelo menos, metade dos planetas do Sistema Solar apresentam uma aurora boreal pra chamarem de sua.
Contudo, nem todas as auroras boreais se parecem. Por exemplo, a de Saturno parece uma junção de pequenos pontos brilhantes (algo bem diferente, portanto, do hipnotizante efeito visto na Terra).
Interferências de diversos tipos
Mesmo sendo um fenômeno tão bonito, a aurora boreal também pode causar certos transtornos na superfície de nosso planeta.
Um deles, por exemplo, é a interferência nas ondas de rádio. Isso acontece devido à ação específica das partículas solares. Tanto é que quando ocorrem as chamadas tempestades solares, efeitos são percebidos em satélites e aparelhos eletrônicos em geral.
Esse fenômeno pode causar ainda apagões de energia, e que além disso estão relacionados a tempestades solares, segundo observações de cientistas na área.
Obviamente que essas interferências são em extremo mais comuns nas áreas conde a aurora boreal é mais intensa. Ao menos, em alguns desses locais, o povoamento não é tão intenso quanto nas cidades grandes mais comuns, por exemplo.
Vista do espaço, a aurora boreal confundiu quem achou que a Terra era plana
Já aconteceu de astronautas passarem bem perto de auroras boreais, e documentarem esses fenômenos com mais precisão. Embora muitas dessas luzes surjam cerca de 130 km acima da superfície terrestre, a aurora boreal pode alcançar até 600 km no espaço.
Fora isso, esse fenômeno teve dificuldades em ser explicado antes de Galileu, justamente por falhas no sistema de crenças das sociedades da época.
Um texto datado do século 13, escrito em nórdico antigo, explica que a aurora boreal provava que a Terra era um disco plano rodeado de oceanos.
Com o tempo, no entanto, descobriu-se outros eventos principais da ciência astronômica, mostrando que o fenômeno da aurora boreal não era prova da suposta “planicidade” do nosso planeta, e sim, um mero reflexo proveniente da luz solar.
fontes: todamateria, thetravel, articlesfactory, ranker, thetimes