Equinócio – O que é, quando ocorre, características e curiosidades

Talvez você já tenha ouvido falar em equinócio, mas, sabe do que se trata? Trata-se basicamente de um fenômeno que acontece com o nosso planeta, e que vai determinar inúmeros aspectos daqui, como o clima, por exemplo.

Sim, o equinócio tem esse grau de importância, e é muito curioso saber um pouco mais a respeito dele, e como ele influencia a vida aqui na Terra.

Nas próximas linhas, você irá saber exatamente no que consiste o equinócio, conhecerá a diferença dele com o solstício e aprenderá bastante de um assunto bem interessante.

Definição de equinócio

Definição de equinócio


Exatamente duas vezes por ano, o dia e a noite tem a mesma duração de tempo tanto no hemisfério norte, quanto no sul. Basicamente uma vez em março e outra vez em setembro, o dia na Terra é dividido pela metade. Esse fenômeno se chama equinócio.

O nome dado a esse acontecimento vem de termos do latim: “aequus” quer dizer igual, e “nox” quer dizer noite.

Graças ao equinócio, a primavera começa no hemisfério norte no mês de março, enquanto que, no mesmo mês, o outono se inicia no hemisfério sul. E isso quer dizer o seguinte: em setembro o equinócio de outono chegará no norte, e a primavera no sul.

Afinal, por que o equinócio acontece?

Afinal, por que o equinócio acontece?


Para entendermos porque ocorre o equinócio, precisamos primeiro compreender um pouco de astronomia.

O nosso planeta orbita o Sol com uma inclinação aproximada de 23,5°. Basicamente isso quer dizer que existem partes da Terra que recebem pouca ou muita radiação solar a depender da época do ano.

Todos os países ao redor do mundo possuem o mesmo esquema: o Sol nasce no leste e se põe a oeste. Contudo, o astro-rei parece se mover também, só que para o norte na metade do ano e para o sul durante a outra metade. Isso, claro, dependendo de onde você estiver.

É apenas por volta do mês de julho que o hemisfério norte apresenta dias mais longos e noites mais curtas, e no sul os dias são mais curtos. Chegando dezembro, o oposto ocorre.

No entanto, é apenas por duas vezes no ano (justamente março e setembro) quando a Terra apresenta uma inclinação que alinha melhor a sua órbita com a do Sol.

É nessa época do ano que o Sol fica bem na linha do equador, com ambos os hemisférios tendo a mesma duração dos dias e das noites. É aí que temos o nosso famoso equinócio. Contudo, é preciso dizer que a duração não é exatamente igual, mas, bem aproximada.

Ou seja, isso quer dizer que no equinócio a Terra recebe um pouco mais de luz solar do que escuridão (mesmo que sejam alguns minutinhos a mais).

Diferença para o solstício

Na prática, podemos dizer que equinócios e solstícios são fenômenos que sinalizam as mudanças de estações, certo? Mas, há diferenças entre eles. Na verdade, são praticamente duas coisas opostas.

Tanto é que, assim como acontece com os equinócios, há dois solstícios durante o ano (um em julho e o outro em dezembro). É o momento em que a luz solar é mais distante entre os hemisférios sul e norte.

Funciona assim: o solstício de um hemisfério é o dia mais curto do ano, enquanto que o de verão é o mais longo. O solstício de junho no norte marca o início do verão, e o de dezembro marca o inverno. Na parte sul, essas estações ficam invertidas.

Em suma, por isso que os solstícios são considerados opostos dos equinócios, pois indicam estações distintas em épocas também distintas.

E é graças a esses fenômenos que temos as estações do ano, e, por conseguinte, muitas atividades humanas que dependem dessas estações.

Como as civilizações antigas lidavam com esse fenômeno?

Como as civilizações antigas lidavam com esse fenômeno?


A verdade é que incontáveis povos vêm rastreando o movimento do Sol e de outras estrelas durante os séculos, o que permitiu que chegássemos aos conceitos astronômicos da atualidade.

Mesmo sem ter um nome bem definido, o equinócio fazia parte tanto das tradições culturais, quanto religiosas desses povos.

Para essas civilizações, a movimentação do Sol não significava apenas a mudança de estações, mas também um indicador de quando plantar e colher as safras.

Muitos monumentos antigos marcam a existência dos equinócios, como é o caso do templo hindu Angkor Wat, localizado no Camboja.

Nele, o Sol nasce diretamente acima do tempo central. Ele foi construído entre os anos 1113 e 1150 d. C., sendo a maior construção de cunho religioso do mundo.

Fora isso, também existe uma construção maia em Chichén Itzá, no México, chamada de Templo de Kukulcan (ou El Castillo), dedicada a um deus serpente.

E, durante o equinócio, um truque de luz faz parecer que uma “serpente” está descendo pela lateral do lugar, indo para o mundo subterrâneo.

Entre as civilizações antigas, porém, talvez o equinócio mais conhecido seja o chamado Nowruz, o primeiro dia do ano no calendário persa, que se inicia no equinócio de março do nosso ocidental. Por mais de 3 mil anos esse dia foi feriado religioso no Zoroastrismo, e hoje se celebra de maneira secular na Europa Oriental e na Ásia Central.

Ou seja, povos antigos tinham uma relação bem ampla e complexa com as épocas do ano onde o equinócio acontece.

Outros planetas possuem equinócios além da Terra?

Outros planetas possuem equinócios além da Terra?


Pois é, o equinócio não é um fenômeno apenas do nosso planeta, já que basta que um planeta orbite ao redor de uma estrela como o Sol, para ter mudanças de estação no trajeto em que se movimenta em torno dessa estrela.

Afinal, temos que ter em mente que o próprio termo equinócio se determina pela inclinação do planeta, além de características orbitais específicas.

Um bom exemplo disso é o gigante gasoso Saturno, onde os equinócios são (digamos assim) bastante intensos. Pra se ter uma ideia, cerca de 15 anos separam os equinócios dele, e cada um dura em média 4 dias terrestres.

Inclusive, os famosos anéis de Saturno orbitam no mesmo plano que o seu equador, e durante os equinócios do planeta, esses anéis ficam perfeitamente alinhados com o Sol. Fotos recentes mostram esse fenômeno, onde os anéis parecem finos como navalhas.

Incrível como um simples fenômeno que surge pela movimentação dos planetas pode ser tão interessante e cheio de curiosidades, não? E, ainda determinando muito da nossa cultura. Afinal, imagine um ano sem o verão, por exemplo. Ainda bem que existe o equinócio.

Fonte: nationalgeographic, britannica, space

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