As estrelas são objetos fascinantes, que encantam pela sua beleza, e que também são cheias de mistérios, lendas e muito mais. Até falando de maneira científica, como elas nascem e morrem, por exemplo, é uma informação incrível.
Com bilhões e bilhões de estrelas no imenso espaço sideral, são muitos os estudos astronômicos que visam entender seu funcionamento, e assim descobrir mais coisas interessantes a respeito do espaço, e que ainda continuam sem explicação.
Além disso, a figura da estrela em si está presente na cultura de todos os povos em todos a partes do mundo, mostrando que sempre olhamos para o céu, e buscamos significados dos mais diversos.
Seja pela área científica, seja na questão cultural mesmo, você vai saber agora um pouco a respeito desses objetos celestes que há séculos encantam o ser humano.
Como nascem as estrelas?
Hoje, sabe-se que as estrelas nascem dentro de nuvens de poeira pairando no espaço. A turbulência que ocorre dessas nuvens faz com que o gás e a poeira comecem a se chocar e a entrarem em colapso sob sua própria gravidade.
À medida que o turbilhão aumenta, o centro da poeira começa a aquecer bastante, e é esse núcleo muito quente que um dia se transformará numa estrela. Por enquanto, ele é apenas chamado de protoestrela pelos cientistas.
Essas nuvens, devido à turbulência, podem se dividir em duas ou três bolhas pelo menos, o que explica, por exemplo, o fato de existirem estrelas na Via Láctea emparelhadas em grupos de vários outros corpos celestes.
O núcleo, então, começa a acumular poeira e gás, e o material que acaba não fazendo parte da estrela pode se tornar planetas, asteroides ou cometas.
O nascimento de uma estrela se origina de uma série de forças, desde a gravidade que comprime os átomos de gás, até as reações de fusão que começam em seguida.
É nesse equilibro de forças, tanto interna, quanto externamente, que a estrela se cria, e se torna estável.
Ou seja, quer forjar uma estrela do nada? “Simples”: você vai precisar de gás, poeira, gravidade e uma agitação violenta a níveis gigantescos!
Frequentemente inúmeras estrelas nascem ao mesmo tempo, o que pode levar milhões de anos pra se concretizar, formando um aglomerado que pode dar origem a sistemas de galáxias inteiras.
Como as estrelas morrem?
Até as estrelas têm um ciclo de vida bem definido, que começa no nascimento, passa pelo amadurecimento, e termina na morte. É verdade que uma estrela comum pode viver alguns milhões de anos (até bilhões, se for o caso).
A forma como cada uma dela vai morrer depende da quantidade de massa que ela tinha logo depois de se formar. Estrelas com massa semelhante ao nosso Sol, por exemplo, irão desaparecer de modo diferente daquelas que são bem maiores.
Contudo, o começo do processo se assemelha para todas: elas simplesmente ficam sem o seu combustível principal, que é o hidrogênio. É esse composto que será fundido em boa parte da vida da estrela para que ela consiga produzir hélio.
Quando a estrela está próxima do fim, ela passa a fundir o próprio hélio e depois o carbono, até que não sobre mais nenhum composto.
E o mais impressionante desse processo é que cada nível dessas fusões libera mais e mais energia, aquecendo incrivelmente o núcleo da estrela.
Em estrelas que são parecidas com o Sol, sua morte acontece com o aumento gradativo da temperatura interna delas, até que incham e consumam todos os corpos celestes em volta (inclusive, planetas).
Depois, o que restar dela encolhe, e ela vai esfriando aos poucos até que, moribunda, ela se torna uma anã branca.
Quando qualquer estrela morre todos os elementos que estavam em seu núcleo são espelhados pelo espaço.
Principais tipos de estrelas
As estrelas são tão diversas que os seus tipos também variam muito, podendo ir das já mencionadas protoestrelas até as supergigantes vermelhas. Sua classificação vai depender de dois fatores: massa e temperatura.
Importante destacar também que a sua classificação varia de acordo com os seus espectros (ou seja, os elementos que elas eventualmente absorvem). Ao lado da questão do brilho, a classe espectral de uma estrela tem ajudado bastante os astrônomos com suas pesquisas.
Há exatamente 7 tipos de estrelas conhecidas em magnitude de temperatura: O, B, A, F, G, K e M.
As do tipo O e B são bastante incomuns, já que são mais quentes e brilhantes que as demais. As estrelas do tipo M são mais facilmente encontradas, sendo frias e escuras. O nosso Sol é do tipo G.
Mas, também existe uma classificação mais comum, que é esta aqui:
• Estrelas azuis: São estrelas do tipo O, que geralmente estão nas regiões mais ativas da formação desses corpos celestes, como os “braços” das galáxias. São também muito quentes e massivas, tendo vida curta.
• Anãs vermelhas: As estrelas mais comuns que conseguimos observar aqui da Terra são as chamadas anãs vermelhas. Por queimarem mais lentamente, são estrelas que podem viver por bem mais tempo.
Alguns astrônomos acreditam, por exemplo, que as anãs vermelhas queimarão somente daqui a 10 trilhões de anos.
• Anãs amarelas: Pertence ao tipo espectral G, e cerca de 10% das estrelas da Via Láctea são anãs amarelas. Têm uma temperatura na superfície que pode chegara a 6.000°C. O nosso Sol é um ótimo exemplo desse tipo de estrela.
• Anãs laranjas: estrelas do tipo K, e permanecem estáveis por até 30 bilhões de anos. Cientistas têm particular interesse de encontrarem vida extraterrestre nelas já que emitem menos radiação UV (que danifica e destrói o DNA).
Ainda de acordo com o estágio de vida da estrela, podemos dizer que elas são protoestrelas, gigantes azuis, gigantes vermelhas e as já mencionadas anãs brancas (o último momento de vida delas).
E os buracos negros?
Depois que o combustível de uma estrela pequena começa a se esgotar, ela pode virar uma estrela de nêutrons ou uma anã branca. Porém, estrelas maiores podem terminar suas vidas numa explosão de supernova.
O que sobrou dela, sem ter nenhuma pressão externa para se opor à gravidade, continuará em colapso até virar o que chamamos de buraco negro. Nesse espaço, a gravidade será tão forte que nem a luz escapará de ser sugada.
Existem diversos tipos de buracos negros a depender da massa da estrela, especialmente se ela for bem mais pesada que o nosso Sol, por exemplo.
Curiosidades sobre as estrelas
• Estrelas não piscam
Vistas daqui e a olho nu, as estrelas parecem “piscar”, mas, isso não condiz com a realidade. O “piscado”, na verdade, tem a ver com a turbulência da atmosfera terrestre. Ou seja, o que vemos nada mais é do que a luz dela sendo modificada em cor e intensidade.
• Cada estrela vista a olho nu é mais brilhante que o Sol
Se você consegue ver uma estrela no céu noturno sem dificuldade, acredite: ela é bem mais brilhante do que o nosso Sol. Pra se ter uma ideia, das 50 estrelas mais brilhantes vistas aqui, a de menor intensidade é a Alfa Centauro, que mesmo assim é 1,5 vezes mais brilhante que o astro-rei.
• Não dá pra ver milhões de estrelas numa noite escura
Por mais que você se esforçasse, seria impossível ver milhões de estrelas daqui numa única noite, e num campo de visão tão restrito quanto a Terra. Em uma noite, sem lua cheia e com céu limpo, o que dá pra enxergar a olhos nus são, no máximo, umas 2.500.
Impressionante essas informações sobre as estrelas, não? Só prova o quanto o universo é vasto e cheio de segredos que ainda não conseguimos desvendar.
Fonte: science, scientificamerican, space-facts, astrobackyard