Plutão é um dos planetas mais interessantes do Sistema Solar. Assim como todos os corpos celestes que orbitam em torno do Sol, o planeta Plutão possui suas próprias peculiaridades (algumas bem interessantes e inusitadas).
E é justamente sobre ele que vamos falar a seguir, mostrando quais suas principais características, além de algumas curiosidades bem inusitadas envolvendo este planeta anão. Vamos “viajar” até lá, então?
Características gerais de Plutão
Antes de tudo, Plutão é composto por um grande núcleo rochoso (que possui espessas camadas de gelo em volta dele), e tem uma superfície gelada, além de uma atmosfera bastante fina.
Tanto essa superfície, quanto a atmosfera são compostas predominantemente por nitrogênio. E ainda metano e monóxido de carbono, só que em quantidades bem menores.
Outra característica bem distinta de Plutão é que o terreno possui muitas variações, possuindo desde regiões muito escuras até outras mais claras.
Também apresenta em toda a sua extensão áreas lisas, ao mesmo tempo em que também possui terrenos montanhosos.
A atmosfera desse planeta anão é tão nebulosa e extensa que ela se perde constantemente no espaço, graças à interação dela com os ventos solares.
Já a órbita de Plutão, em comparação aos 8 planetas do Sistema Solar, é mais elíptica e também mais inclinada.
E, fora isso, é bom lembrar o seguinte: Plutão não é considerado mais um planeta comum, e sim, e tão somente um planeta anão.
Pelo menos, até agosto de 2006, ele era considerado o menor planeta do Sistema Solar, mas a União Astronômica Internacional mudou sua classificação.
Dessa forma, passou a ser considerado o maior planeta anão conhecido. E
a razão para essa mudança de classificação é bem simples.
Plutão é um dos milhões de objetos que orbitam na região do chamado Cinturão de Kuiper, um local bastante afastado do Sol, sendo o local mais distante antes de sair desse Sistema onde podemos encontrar algum corpo celeste.
Fora isso, Plutão não é maciço o suficiente para “limpar” os destroços que transitam por sua órbita, ao contrário dos outros 8 planetas que se encontram ao redor do Sol.
A descoberta de Plutão
Plutão foi identificado por volta de 1930, por Clyde Tombaugh, que trabalhava naquele ano no Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona.
O mais interessante é que ele descobriu o planeta anão meio que por acidente, já que ele, na verdade, procurava por algum corpo celeste que estava interferindo nas órbitas de Urano e Netuno.
Foi então que, ao comparar ambas as fotos tiradas no céu noturno com cerca de uma semana de intervalo, que ele percebeu um ponto estranho que havia se movido no decorrer daqueles dias.
Só depois do registro de outras fotos, realmente se confirmou um objeto estranho em movimento. Plutão então foi assim descoberto, tendo recebido esse nome em 1 de maio de 1930.
O nome do planeta anão (na época, classificado só como planeta mesmo) foi tirado do deus romano do submundo, cuja contrapartida grega era Hades.
Inclusive, a denominação foi proposta por uma menina de apenas 11 anos chamada de Venetia Burney, e que morava em Oxford, na Inglaterra.
Frio, muito frio no planeta anão
Não é de estranhar que Plutão seja um dos locais mais frios do Sistema Solar, afinal, ele é um dos corpos celestes mais distantes do astro-rei.
Pra se ter uma ideia, as temperaturas em sua superfície giram em torno de -225°C.
Cientistas acreditam que o planeta anão seja composto de 70% de rocha, mais 30% de gelo. E, boa parte desse gelo está justamente na superfície de Plutão.
Vista de perto, a camada mais externa do planeta anão possui o que chamamos de criovulcões ou gêiseres que jorram líquido frio quase que o tempo todo.
Estudiosos supõem que deva existir uma espécie de oceano gigante subterrâneo.
Em suma, provas pra isso não faltam, desde a geologia de Plutão, até as características mais presentes em sua composição química.
Algumas poucas luas
Até o momento, Plutão possui 5 luas conhecidas. São elas: Charon, Nix, Styx, Hydra e um pequeno satélite que foi recém-descoberto, que recebeu o nome de Cerberus.
Interessante notar que, enquanto todas as outras luas de Plutão são minúsculas, Charon tem praticamente metade do tamanho do planeta anão.
Inclusive, devido a esse detalhe que muitos cientistas consideram Plutão e Charon como um único planeta anão duplo ou de sistema binário.
Só pra contextualizar: sistema binário, na astronomia, é quando dois corpos estão gravitacionalmente travados, apresentando a mesma face em direção ao outro.
Além disso, orbitam em um centro comum localizado em alguma parte entre eles.
Novos horizontes além de Plutão
New Horizons. Essa foi a primeira sonda enviada pela NASA dedicada totalmente a estudar a superfície do planeta anão.
Custou cerca de US$ 700 milhões, e pesava cerca 453 kg, sendo do tamanho de um piano de cauda mais ou menos.
Recentemente, a sonda conseguiu ultrapassar Plutão, e possibilitou aos cientistas confirmarem a existência da chamada terceira zona do Sistema Solar, que é justamente composta pelo Cinturão de Kuiper.
Antes, achava-se que a formação desse sistema era por duas zonas: a interna, contendo os planetas rochosos de Mercúrio a Marte, e a externa, formada pelos planetas gasosos, de Júpiter a Netuno.
Porém, graças a Plutão, a terceira zona, uma imensa vastidão de gelo, pôde ser descoberta.
E, não só isso, pois a tendência é a sonda New Horizons encontrar mais coisas para além do planeta anão.
Bem menor que a Terra
Em comparação ao nosso planeta, Plutão é minúsculo, sendo cerca de 100 vezes menor que a Terra.
Com um raio de aproximadamente 1.190 km, ele é menor do que muitas luas presentes no Sistema Solar, por exemplo.
Só para comparar conosco, Plutão possui cerca de 70% o diâmetro da nossa Lua, e uns 18% da Terra.
Em relação à massa, então, a proporção é ainda menor, com o planeta anão tendo apenas 0,2 da massa lunar.
Mesmo assim, essa pequena massa ainda faz dele o segundo planeta anão com maior massa do Sistema Solar.
O planeta anão com maior massa por aqui é Eris, localizado numa região chamada de disco disperso, local povoado por corpos gelados.
O que achou dessas curiosidades sobre Plutão? Fascinantes, não? E isso porque o planeta anão é só um entre tantos corpos celestes igualmente fascinantes, esperando só a oportunidade para serem estudados.
fontes: amazingspace, theplanets, space, time, galactic-facts