Os vulcões são fenômenos geológicos bem interessantes, e que ajudam a explicar muitas coisas em relação ao nosso planeta. Além disso, quando explodem, o espetáculo visual pode ser fascinante, mas, também muito perigoso para quem reside nas proximidades. Só que, fora as famosas erupções vulcânicas, essas formações rochosas têm muito mais segredos do que se imagina. Vamos descobrir alguns deles agora, além de mostrar alguns detalhes a mais, do tipo como se forma, e de que maneira são classificados.
Origem dos vulcões
Por definição, um vulcão é uma estrutura de categoria geológica que, em algumas ocasiões, lança material vulcânico para a superfície do planeta, bem como cinzas e gases oriundos do interior da Terra.
A origem desses fenômenos naturais está ligada diretamente à distribuição das placas tectônicas em nossa superfície.
Essas placas são massas rochosas rígidas, que formam a crosta terrestre, e deslizam em um material chamado manto.
Quando duas dessas placas se chocam, uma mergulha sob a outra, e acontece o que chamamos de fusão.
Nas zonas de subducção (área de convergência entre as placas), surgem pequenas ilhas vulcânicas em formato de arco, e são justamente nesses lugares que estão 95% dos vulcões visíveis atualmente.
No nosso planeta, cerca de 90% dos vulcões ativos são fissuras, estando localizados nos limites das placas tectônicas. Ou seja, a formação desse fenômeno ocorre basicamente quando acontece o contato entre duas placas.
Classificações diversas
Por mais que se pense em vulcões como aquelas montanhas que jorram lava o tempo todo, na realidade, não é bem assim.
Nem todos os vulcões são dessa forma e agem dessa maneira. Por isso, eles se classificam de acordo com algumas categorias.
São elas:
• De acordo com o nível de atividade
Vulcão ativo: esses aqui são classificados de acordo com o número e os níveis de atividades vulcânicas como um todo. Existem, por exemplo, vulcões que entram em erupção constantemente, enquanto que há outros que passam muito tempo sem apresentar nenhuma atividade.
Vulcão extinto: neste caso, trata-se de um vulcão que já esteve em atividade no passado, porém, hoje em dia ele não tem mais possibilidade de entrar em erupção novamente.
• De acordo com o formato
Vulcão escudo: sabe aqueles vulcões que existem no Havaí? Pois bem, são desse tipo aqui, ou seja, formações que se encontram mais afastadas do encontro das placas tectônicas. Eles expelem material de maneira bem mais lenta do que os demais. Assim, formam planaltos extensos por onde suas lavas passam.
Estratovulcões: o formato desses aqui é de cone, e possuem erupções bem explosivas, expelindo grandes quantidades de gases e poeira.
Perigos reais dos vulcões
Na prática, as erupções vulcânicas podem causar mais tragédias do que a lava que escorre por um vulcão ativo.
Os fluxos de lava, por serem bastante lentos, mesmo que ainda perigosos, podem ser evitados, com cidades inteiras tendo tempo de serem evacuadas.
Porém, fluxos piroclásticos, avalanches de rochas quentes, cinzas e gás tóxico, são expelidos após uma explosão vulcânica com uma velocidade incrível, e pode atingir uma grande extensão de maneira muito rápida.
Inclusive, historicamente, foram esses fatores que provocaram uma das maiores tragédias naturais que se tem notícia, que foi a erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C., que exterminou a população de Pompéia na época.
Porém, isso também não significa que as lavas sejam menos destrutivas. Pelo contrário. O fluxo de lama e detritos arrasa tudo o que encontra pelo caminho, e podem enterrar cidades inteiras caso estas estejam na encosta do vulcão.
Sem contar ainda que outro perigo real são as cinzas vulcânicas, feitas de fragmentos afiados de rochas e vidros. Mesmo que cada um desses fragmentos tenha em torno de 2 mm, quando reunidos numa imensa nuvem podem causar estragos consideráveis.
Crescimento acelerado
Muitos vulcões demoram milhares e milhares de anos para se formar, até mesmo porque o movimento das placas tectônicas não é tão rápido assim.
Porém, espantosamente, existem alguns que podem crescer em poucas horas!
Um bom exemplo disso foi o Cinder Cone Paricutin, que surgiu em um milharal no México em 20 de fevereiro de 1943.
Acontece que em apenas uma semana ele já tinha atingido a altura de um prédio de 5 andares, e no final daquele mesmo ano, já estava com mais de 300 metros.
Mas, não parou por aí. Ano após ano ele continuou a crescer mais um pouco, e só “estacionou” em 1952, quando já estava com 424 metros de altura. Pode ter certeza: para os padrões geológicos, isso é muito (mas, muito) rápido.
Vulcão mais alto do Sistema Solar
Muitos podem até pensar que os vulcões são fenômenos exclusivamente da Terra, mas, não são.
Praticamente todos os planetas do Sistema Solar possuem os seus vulcões (obviamente, inativos).
E, o maior deles não se encontra na Terra, e sim, em Marte.
Trata-se do Monte Olimpo, um vulcão do tipo escudo, imenso, com uma altitude de inacreditáveis 27 km, com cerca de 550 km de diâmetro.
De acordo com cientistas, o que levou o Monte Olimpo a fica tão grande foi o fato de não haver placas tectônicas no planeta marciano.
Ou seja, um único ponto de acesso ao magma do interior de Marte pôde borbulhar por bilhões de anos, ficando cada vez maior.
Uma erupção que mudou o mundo
Em seu livro “Tambora : The Eruption That Changed the World”, o professor Gillen D’Arcy Wood fala de uma erupção vulcânica ocorrida em 1815, na Indonésia, que, literalmente, abalou o mundo.
A explosão ocorreu na ilha de Sumbawa, e soltou uma gigantesca nuvem de poeira de sulfato. E, essa poeira simplesmente alterou o clima da Terra pelos próximos 3 anos.
O impacto ambiental foi tão grande que, segundo especialistas, a primeira pandemia de cólera do mundo se deu por conta disso.
Além de outras questões, incluindo até mesmo a expansão do mercado de ópio na China e a primeira grande depressão econômica dos EUA.
Impressionante, não acham? Isso só prova o quanto o nosso planeta tem características e segredos incríveis, e que, muitas vezes, estamos à mercê disso.
fontes: recreio, segredosdomundo, nationalgeographic, universetoday, mentalfloss