Cascavel – Como vive a cobra, características e riscos do veneno

Dentre as várias espécies de serpentes, a cascavel certamente é uma das que causa mais mortes em todo o Brasil. Não chega a ser um número tão exorbitante assim de vítimas humanas, mas, com certeza está entre os casos mais comuns desse tipo de acidente.

Ao mesmo tempo, a cascavel é um tipo de cobra bem interessante, com características próprias e algumas curiosidades bem inusitadas. A seguir, vamos mostrar um pouco disso pra você.

Características da cascavel

Características da cascavel

De nome científico Crotalus SP, essa serpente é uma das que mais causam mortes em nosso país.

Ela é bastante conhecida por conta de uma espécie de guizo em sua cauda, que é mais usado quando o animal se sente ameaçado, e começa a chacoalhar essa parte do corpo.

Esses guizos nada mais são do que vestígios não-mucosos da pele dessas serpentes.

Esses restos se unem à cauda do animal, e não saem nem mesmo quando ocorre a troca de pele da cascavel.

Na verdade, quando a pele muda, um novo guizo é acrescentado, o que mostra que ele não representa a idade da serpente em anos, como muitos imaginavam.

Nas cascavéis mais velhas é comum os guizos terminais se perderem. Ou seja, nem sequer o número de guizos representa a quantidade de mudança de pele que esse animal teve.

Com relação ao seu habitat, é uma cobra que vive, em geral, em campos abertos e em regiões secas e pedregosas. Vive nas Américas do Sul e do Norte, com mais domínio de algumas espécies do que outras.

Não chegando nem a 2 metros de comprimento, a cascavel é uma serpente terrícola, que possui atividade crepuscular e noturna. Somente algumas vezes pode ser vista durante o dia.

Quando acha que está sendo importunada, ou mesmo quando se sente ameaçada de alguma forma, ela se enrola quase que por inteiro, mantendo erguida a parte anterior do seu corpo.

Levanta, então, a cauda, e começa a vibrá-la com muita força, fazendo um ruído característico que pode ser escutado a dezenas de metros.

Somente em seguida é que ela dá um bote na sua vítima, ou em quem a está incomodando, e a morde de forma violenta.

Com a mordida, ela injeta um veneno poderoso, que tem ação neurotóxica e hemolítica.

É sobre essa parte que vamos tratar agora.

Perigo do veneno dessa serpente

Perigo do veneno dessa serpente

Assim como toda e qualquer serpente que vive na natureza, a cascavel só atacará o homem, ou qualquer outro ser que não seja para se alimentar, caso ela se sinta molestada. Nesse caso, ela vai reagir com tudo.

Pra se ter uma ideia, hoje em dia essa cobra é responsável por 8% dos acidentes ofídicos no Brasil.

No entanto, não é apenas isso, já que o veneno da cascavel é muito potente, e quando uma pessoa é mordida precisa ser levada para uma emergência médica o mais rápido possível.

Contudo, é raro o veneno dessa serpente ser realmente mortífero, mas se o tratamento não for feito de imediato, as sequelas podem ser graves, e aí sim pode ser que a pessoa venha a óbito.

O veneno dessa cobra danifica os tecidos na maior parte das vezes, afetando o sistema circulatório, destruindo os tecidos da pele e células sanguíneas, e como consequência causando hemorragias internas.

Em linhas gerais, os sintomas do veneno são os seguintes:

  • dormência no rosto ou membros
  • tontura
  • fraqueza
  • náusea ou vômito
  • suor excessivo
  • muita salivação
  • visão embaçada
  • dificuldade ao respirar

Tratando picadas de cascavel

Tratando picadas de cascavel

A primeira coisa a fazer quando se é picado por uma cascavel é se afastar dela, já que ela pode atacar de novo.

Depois, o recomendável é tentar se lembrar do tamanho e da cor da cobra, pois essa informação será importante para ministrar o soro.

Em seguida, o ideal é procurar assistência médica o mais rápido possível, até mesmo chamando uma ambulância.

Fundamental também não tentar fazer nenhum tratamento ineficaz, e que pode agravar a situação, tais como:

  • elevar a área acima do nível do coração
  • ficar se mexendo muito
  • ficar com roupa apartada ou joias no local da ferida
  • não permitir que a ferida sangre, pois isso ajuda a expulsar mais o veneno
  • lavar a ferida, já que a equipe médica pode usar um pouco do veneno para identificar qual soro correto a ministrar
  • cortar a ferida, pois isso pode causar infecções
  • usar torniquete ou aplicar gelo no local

Lembrando: o correto não é fazer nenhuma dessas coisas, e procurar o mais rápido possível assistência médica.

Mais algumas curiosidades a respeito da cascavel

curiosidades a respeito da cascavel

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a maior parte das espécies de cascavel não está ameaçada de extinção.

Mesmo assim, estão na lista vermelha como animais em situação de risco três espécies dessa serpente:

  • a cascavel da Ilha de Santa Catalina
  • cascavel de cauda longa
  • e a cascavel escura de Tancitaran

Ao contrário do que se achava antes, as cascavéis bebês não liberam mais veneno que as adultas (ou seja, não são mais perigosas).

Na prática, cobras pequenas são mais perigosas no sentido de serem mais difíceis de localizar. Mas, só isso.

A cascavel, assim como outras serpentes, localiza suas presas por meio do cheiro e com a ajuda de sua língua bifurcada.

Pegando partículas de odor no ar, a cobra espera até aparecer uma presa em potencial. Quando uma se aproxima, a cascavel a “vê” graças a órgãos que detectam calor, e avança sobre ela.

Cascavéis que habitam em climas temperados tendem a hibernar nos meses frios do inverno. Para isso, costumam se reunir em tocas feitas no subsolo, que podem abrigar até 1.000 dessas serpentes.

Uma curiosidade é que elas tendem a voltar a esses mesmos lugares todos os anos. Ninguém sabe ao certo como encontram suas tocas originais, principalmente aquelas que viajam vários e vários quilômetros.

É provável que elas seguem trilhas de feromônios deixados por outras serpentes, além de se guiarem pela topografia dos locais por onde passaram antes.

Realmente, são serpentes bem interessantes, ao mesmo tempo que perigosas também.

fontes: euquerobiologia, healthline, livescience, kids.sandiegozoo, snakeprotection

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