A girafa é um mamífero muito interessante, mas que, infelizmente, está ameaçada de extinção. Vários têm sido os esforços para preservar a espécie, e graças a isso alguns exemplares ainda podem ser visto soltos na natureza.
Fora isso, trata-se de um animal bem curioso, a começar pelo formato do seu corpo, com seu longo pescoço. Fora ainda que existem muitas outras curiosidades a respeito das girafas. Vamos saber quais são?
Comportamentos e características gerais
Vivendo em grupos, e geralmente dóceis, as girafas possuem comportamentos distintos de acordo com a idade.
Por exemplo, quando são filhotes, esses animais permanecem junto da mãe até os dois anos de idade. Já, quando mais velhos, alguns preferem se afastar do grupo e se isolar. Com relação à longevidade, podem viver até os 25 anos mais ou menos.
Em se tratando da alimentação, elas são animais herbívoros, ou seja, basicamente comem folhas, caules, flores e frutos.
Inclusive, apesar de se alimentarem com uma grande quantidade de plantas, estudos recentes revelaram a predileção desses animais pela Acácia.
São mamíferos bem altos, com os machos podendo alcançar 5,3m de altura com um peso de 1.200 kg, e a fêmea chegando a 4,3 m e com 850 kg de peso.
Por sinal, são os maiores mamíferos da Terra (pelo menos, em termos de altura).
Em se tratando de reprodução, as girafas são animais placentários, o que significa que o desenvolvimento do embrião acontece dentro da fêmea. O tempo de gestação é de aproximadamente 15 meses, nascendo apenas 1 único filhote (raramente, 2).
Descanso mínimo da girafa
Uma das maiores curiosidades a respeito das girafas é que elas passam a maior parte de suas vidas em pé. E até mesmo para tarefas como dormir e dar a luz a filhotes, elas fazem isso sob as quatro patas, sem problema algum.
Talvez seja justamente por isso que elas dormem tão pouco. No geral, elas descansam apenas de 5 a 30 minutos por dia, e não mais do que isso.
Descobriu-se que elas dão cochilos rápidos durante o dia, e que podem durar um ou dois minutos por vez. Mas, já é o suficiente para elas descansarem de algum modo.
Por sinal, esse sono mínimo que dão durante o dia não é a única coisa que as girafas fazem pouco. Elas podem, por exemplo, beber um pouco de água num dia, e podem passar vários outros sem beber mais nenhum gole.
Isso se deve pelo fato de que a maior parte da água que precisam vem justamente das plantas das quais se alimenta.
Comunicação muito imperceptível (para nós)
A comunicação entre as girafas é constante, porém, pouco dela conseguimos captar.
Até pouco tempo atrás, por exemplo, achava-se que esses animais não emitiam ruídos, mas se descobriu que não é bem assim.
Ocasionalmente, por exemplo, as mães girafas assobiam para chamar seus filhos ou avisá-los de algum perigo iminente.
Porém, a maior parte da comunicação entre esses mamíferos se dá de maneira infrassônica, com gemidos e grunhidos baixos demais para que consigamos captar alguma coisa por meio dos nossos ouvidos.
Outras formas de comunicação entre as girafas consistem em posicionar seus olhos de maneira diferente, usando assim olhares prolongados para alertar outros membros do bando de que algo de errado está acontecendo.
Espécies distintas de girafas
Um estudo recente, publicado em 2016 na Current Biology sugeriu que a girafa, na verdade, não é uma única espécie, e sim, uma subfamília contendo 4 espécies distintas de animais, cada um com suas particularidades.
São elas: a girafa-núbia (Giraffa camelopardalis), a girafa-sul-africana (Giraffa giraffa), a girafa-reticulada (Giraffa reticulata) e a girafa-masai (Giraffa tippelskirchi).
A equipe que descobriu isso teve que fazer uma pesquisa inovadora, examinando o DNA retirado de biópsias da pele de pelo menos 190 girafas em todo o continente africano. Essa amostragem colocou todas as 9 subespécies de girafas anteriormente conhecidas.
Ou seja, o que antes eram 9 subespécies podem estar espalhadas em apenas 4 espécies. E, inclusive, as diferenças na composição genética em cada um desses grupos sugere que não há muito cruzamento entre as espécies.
Isso quer dizer que esses tipos de girafas devem ter evoluído de maneira separada até chegarmos aos resultados que conhecemos hoje.
Pouca pressão na cabeça da girafa
Uma coisa sempre intrigou os observadores das girafas: por serem muito altas, quando abaixam a cabeça para beber água, era para a pressão sanguínea no cérebro ser alta, a ponto do animal ficar prestes a desmaiar.
Porém, descobriu-se que para proteger o cérebro dessas mudanças bruscas de pressão, a girafa possui válvulas que interrompem o fluxo sanguíneo, além de vasos com paredes elásticas que se dilatam e contraem. Dessa forma, o fluxo então é controlado.
Esse sistema é tão bom e eficaz que até a NASA usou esse tipo de mecanismo. Para isso, fez pesquisas a respeitos dos vasos sanguíneos das pernas das girafas, e isso foi uma das inspirações para o traje especial humano.
E, por falar em pressão sanguínea, o coração de uma girafa é o maior de qualquer outro mamífero terrestre, pesando cerca de 11 kg.
Também pudera esse órgão ser tão grande, afinal, ele precisa bombear aproximadamente 60 litros de sangue pelo corpo do animal a cada minuto.
Ou seja, a pressão arterial dela é pelo menos, duas vezes maior do que qualquer ser humano de porte médio.
Corredora nata
Mesmo sendo tão alta e até um tanto desengonçada na hora de andar e de correr, a girafa até que consegue atingir uma boa velocidade em terreno plano.
O andar em si do animal é do tipo passo, ou seja, ambas as pernas de um lado se movem juntas. Já em um galope, ela empurra o corpo com as patas traseiras, com as patas dianteiras descendo quase juntas. Contudo, dois cascos não tocam no chão ao mesmo tempo. O pescoço é usado para equilibrar o corpo em geral.
Com isso, em distâncias longas, as girafas podem alcançar 50 km/h, enquanto que em distâncias mais curtas, atingem até 60 km/h. Só lembrando que a média de velocidade de recordistas dos 100 metros livres, que é a modalidade mais rápida do atletismo e dura por volta de 10 segundos, é de 45 km/h.
Interessante demais essas curiosidades a respeito das girafas, não é mesmo?
Fonte: biologianet, dosomething, sheldrickwildlifetrust, discoverwildlife, giraffeconservation