Jiboia – Características, habitat e curiosidades

Uma das cobras mais conhecidas do mundo é a jiboia. Trata-se de uma exímia caçadora, e que vive em climas tropicais na maior parte das Américas Central e do Sul, onde possuem hábitos totalmente noturnos (especialmente quando se trata de pegar suas presas).

Bem parecida com a famosa anaconda, é uma cobra que realmente suscita pavor nas pessoas, mas, na prática, somos mais uma ameaça a ela do que o contrário.

Na prática, é um animal fascinante, que possui inúmeras características e curiosidades bem interessantes. E são essas informações que você verá a seguir.
Depois de conhecer melhor esse bicho quem sabe até você o verá com mais simpatia e menos medo.

Grandes como sucuris (mas, nem tanto)

Sendo bastante parecida com a sucuri, seja em termos de tamanho, quanto em aparência, a maior jiboia já encontrada tinha cerca de 4 m de comprimento de acordo com a Animal Diversity Web (ADW) da Universidade de Michigan.

Bem grande, é verdade, mas, ainda perde para as sucuris. Essas podem chegar, em média, a 7 m de comprimento, sendo encontrados exemplares bem maiores, diga-se de passagem.

Em geral, as jiboias atingem de 2 a 3 m de comprimento, e podem pesar em torno de 45 kg, o que ainda é incrivelmente grande para uma cobra. No maior parte dos casos, as fêmeas são maiores que os machos.

Fisicamente falando ainda, as jiboias possuem uma marcação ao longo do seu corpo que lembra bastante uma espécie de sela. Além disso, elas costumam ter marcas na cabeça, com a configuração delas mudar de espécie para espécie.

Como elas não são cobras venenosas, não possuem presas inoculadoras de veneno. Inclusive, seus dentes são bem pequenos, e possuem formato de gancho, que é justamente pra facilitar na hora de agarrar suas presas.

Mesmo não possuindo uma dentição tão poderosa assim, ela consegue abrir sua boca com uma envergadura incrível, devido ao fato da sua mandíbula ser flexível. Assim, pode devorar animais bem grandes de uma única vez.

Onde encontrá-las?

As jiboias habitam em todas as Américas, desde a parte norte do México, passando pela América Central e Peru, e chegando à Argentina em sua parte leste.

Mas, também podem ser vistos alguns exemplares dessa cobra nas Ilhas do Caribe e na costa do Pacífico.

Apesar de algumas histórias fantasiosas retratarem as jiboias vivendo em selvas muito fechadas, a verdade é que seus habitats são mais diversificados do que isso. Até porque, quando moram em florestas tropicais, elas costumam ficar em bordas e clareiras.

Contudo, elas também podem habitar em desertos tropicais secos e semidesertos, matagais e até em áreas agrícolas.

Podem, inclusive, habitar em riachos ou rios. O importante é que o clima da região seja favorável a ela de algum modo.

Técnicas de caça avançadas da jiboia

Bem, como já foi dito, a jiboia é uma caçadora nata, e, para isso, utiliza-se de técnicas muito boas, que garantem sucesso em suas investidas. Basicamente ela embosca suas presas com muita paciência, até chegar o momento certa de atacar.

Seu cardápio inclui, por exemplo, ratos, pássaros, macacos e até mesmo porcos selvagens. E, como acontece com qualquer outra espécie de cobra, a jiboia engole as presas inteiras, digerindo-as com fortes ácidos do estômago.

Só que antes de engoli-las, a jiboia aperta suas vítimas com uma força incrível. Muitos cientistas achavam que a jiboia matava por asfixia, mas, um estudo de alguns anos atrás mostrou que ela usa um método mais rápido, cortando o suprimento de sangue da presa.

Ela envolve suas vítimas com seu corpo, cobrindo sua caixa torácica e comprimindo seus órgãos vitais. Muitos animais podem sobreviver um tempo relativamente longo sem ar, e esse método de restringir a circulação se mostrou bem mais eficaz, evitando esforços muitos grandes da jiboia.

Após uma grande refeição, ela pode ficar semanas sem comer nada, já que a própria digestão é bastante lenta, e as presas enormes que ela devora são fontes bem ricas para os nutrientes que ela precisa. Já a digestão em si pode durar horas.

Jiboia como animal de estimação?

Pois é, tem muita gente por aí que faz das jiboias animais de estimação. Só que se, um dia, você tiver a coragem de criar essas cobras como pets terá que ter muito compromisso com elas, já que são animais selvagens, no final das contas.

As jiboias, via de regra, são animais solitários, que se adaptam facilmente a qualquer espaço. Porém, elas podem viver de 20 a 30 anos, e em cativeiro já houve relatos que ultrapassaram 40 anos. Ou seja, é preciso se dedicar por muito tempo a criar uma dessas.

Um dos principais elementos aqui é a manutenção constante do habitat, pois, em relação à alimentação, ela é feita mais periodicamente. Mas, com relação ao espaço onde vive, este precisa ser limpo constantemente para evitar doenças de pele.

Pra se ter uma ideia, muitos zoológicos recusam jiboias órfãs devido ao grande espaço de que necessitam. Além disso, quando estão prontas para serem reintegradas à natureza, não podem ser colocadas em qualquer lugar, pois podem provocar desequilíbrio ecológico.

Isso tudo pra mostrar o quanto é delicado cuidar de um animal como a jiboia, que precisa de uma alimentação certa (mesmo que espaçada), além de um ambiente minimamente adequado para sobreviver.

Importância ecológica das jiboias e ameaças

Independente se gostam de cobras como jiboias ou não, não há como negar que elas sejam importantíssimas para o equilíbrio natural dos lugares onde vivem. Isso porque, por se alimentarem de pragas, como roedores, elas evitam a proliferação de doenças.

Predadores no mais alto nível da cadeia alimentar, essas cobras se alimentam de animais que podem ser transmissores de enfermidades graves, evitando a super população deles.

Só que, infelizmente, as jiboias estão na linhas de animais ameaçados de extinção. Muito por conta da destruição dos seus habitats naturais ao longo dos anos.

Além disso, muitas morrem atropeladas nas estradas, e também por conta da coleta delas para servirem de animais de estimação.

Como se trata de um predador importante para a natureza, é necessário ficarmos atentos para a possibilidade da jiboia desaparecer, e causar desequilíbrio nos locais onde reside.

A jiboia é fascinante, não? Pena que está em risco de extinção. Mas, se conseguirmos preservá-la, será importante em todos os aspectos, e ainda podemos ver esse incrível animal na natureza por muito tempo. E se você curtiu, também vai gostar de ver fatos curiosos sobre a cascavel.

Fontes: livescience, nationalgeographic, treehugger

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